Tem esse trecho de um texto do Pedro Bial que se
repete incessantemente na minha cabeça. Da época em que ele ainda não apresentava
o BBB e eu o respeitava como ser pensante:
“Não se sinta
culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu
conheço não sabiam, aos 22, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais
interessantes que eu conheço ainda não sabem. ”
Ok, eu não me sinto menos interessante por, de
repente, não ter nenhum objetivo (que me pareça motivador) pra alcançar. Talvez
até soe meio entediante sempre definir meus esforços maiores em uma coisa e,
sequenciadamente, conquistar à
definir outra à
conquistar... Foi assim desde os 12 anos, quando decidi que queria ser titular
do time de vôlei da escola. E assim foi: entrar na UnB, fazer parte de uma
empresa júnior, publicar um artigo, trabalhar na empresa X.
Eu consigo, e pronto. E agora? A vida perde a graça?
Eu preciso traçar outro plano, bolar novas estratégias? Mas, e quando se acabam
os planos? Ou quando você simplesmente não sabe que próxima meta definir? Passo a ser
a pessoa excêntrica e interessante de quem o Pedro falou?
Talvez seja isso mesmo. Talvez eu só queira passar o
dia desenhando na grama do parque da cidade e escrever alguns textos de vez em
quando. Conversar com pessoas aleatórias e perguntar o que elas esperam da
vida. Trancar a faculdade e fazer uma
viagem de carro pelo litoral nordestino, parando de praia em praia e tirando
foto dos pores do sol. Que pessoa interessante eu seria!
Talvez só para o Pedro. Eu ainda não tenho filhos,
mas meus tios com os seus filhos diplomados e concursados seriam os primeiros a me
apontar o dedo. Minha vó me arrumaria tratamento psicológico e meus pais cortariam a pensão com o discurso de que eu “Deveria arrumar um emprego que pagasse, ao
menos, meus absorventes”.
A imagem de uma pessoa bem sucedida com um diploma
debaixo do braço e um carro do ano na garagem ainda está bem nítido e forte no imaginário
deles. E no meu também.
Ser interessante assim sozinho, deve ser bem
difícil, afinal....
A estera padrão no nosso tempo: escola, faculdade,casamento, filhos, casa propia,aposentadoria. Se quiser sair disso vai ter que perguntar a si mesma qual seu objetivo a longo prazo, qual sua natureza e valores. O que quer da vida.
ResponderExcluirE quando for independente voce vai poder escolher quem ouvir. E naturalmente as pessos te respeitam mais e param de dar pitaco.!
Independência. Um bom objetivo por agora. =)
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