sexta-feira, 26 de março de 2010

A procura de uma força maior.

A quem se apegar nessas horas? Passei os últimos anos refletindo a minha vida religiosa, mas sem nunca de fato precisar dela. Era obrigada a ir às sagradas missas de domingo, na maioria das vezes por barganha da minha mãe, outras pela simples voz da autoridade que dizia que eu iria sem questionar. A medida que ganhei direito de voz e argumentação, deixei de frequentar a igreja. Os motivos eram diversos que me fazia não acreditar no Deus da minha avó, ou nos outros de tantas igrejas. Passei a não acreditar nas expressões "Se Deus quiser" ou "Deus queira que eu consiga". Não, eu não esperava que Deus me desse uma mãozinha. O que até hoje conquistei pra mim e sabia que dependia apenas de mim, fiz por onde consegui-las. E se não as conseguia, a culpa era totalmente atribuida apenas a mim, nunca chorei nem reclamei a nenhum Deus pelas minhas não conquistas frustradas. Mas uma parte sobrenatural da minha vida tem me feito questionar novamente essa religiosidade. A parte que não cabe à mim, que não depende somente das minhas atitudes para que tudo corra bem. Tenho tido um início de ano bem conturbado, diga-se de passagem. Sequências de coisas ruins que me fazem pensar em coisas mais ruins, que dão continuidade a outras coisas ruins. Greve por tempo indeterminado na UnB, ser assaltada na minha cidade, morte de alguém relativamente próximo, e a mais recente, acidente de carro com minha mãe. Daqui de Brasília recebo ligações e notícias e me vejo de mãos atadas. Afinal, o que eu, uma simples estudante de Publicidade poderia fazer. Ao menos minha irmã é quase enfermeira e alguma assistência ela tem condições de prestar. Mas e quando você tem apenas um desejo na sua mente que não depende exclusivamente de você, ou pior, não depende em NADA de você? O desejo de que tudo corra bem daqui pra frente e que nada mais de ruim aconteça, pelo menos por agora. A quem recorrer? Forças da natureza? Fadas? Santos protetores? Anjos? Deus?Eu acredito que algo maior olha por mim e por aqueles que me cercam, a fonte de contato com essa força é do que eu estou precisando agora.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Dormir pra quê?


Dizem que os sonhos são a manifestação do nosso subconsciente, acho que foi Freud quem disse, é, acho que foi, mas a minha preguiça não me deixa fazer uma pesquisa mais apurada e desenvolver melhor o assunto. Ok, então, vamos nos abster apenas a essa ideia (uma pena eu ter largado Intro a Psico esse semestre). A manifestação do subconsciente pode ser vontade reprimida, ansiedade em relação a alguma coisa, ou mesmo algo que você vivenciou, não deu muita importância no momento e aquilo veio a tona quando você estava dormindo. Certo? Por que então eu fico o dia inteiro tentando decifrar os sonhos bizarros que venho tendo, e quando vou dormir volto a ter sonhos mais bizarros ainda? Geez, vontade reprimida de algo você conscientemente não tem mais vontade? Pra quê eu ia ficar reprimindo alguma coisa que eu sei que NÃO vai acontecer e nem eu quero que aconteça, assim simples, sem mais reflexões. Ansiedade? Volto à questão do "não tem mais possibilidade de acontecer". Algo que eu vivenciei então, nem vou comentar. Sonhar com pessoas que não vejo a séculos também me deixa meio bolada. Me faz achar que algo de ruim pode estar acontecendo com ela, aí pronto, começo o lance de sobrenaturalidade, acho logo que sou a Mãe Diná e vejo "sinal do além" em todo acontecimento banal do dia. Tem também aquelas interpretações nadacomnada que a galera fala. Dizem que sonhar que está grávida é por que alguém próximo vai ter neném. Outro dia sonhei que ficava grávida e dava a luz a três crianças em um mês, um de cada vez! (uhum). Já acordei fazendo a lista das prováveis pessoas a ficarem grávidas perto de mim, pelo menos eu poderia deixá-las alerta, vai saber. E assim eu vou, do científico ao paranormal tentado decifrar esses eventos que tiram meu sono.

terça-feira, 2 de março de 2010

Voo de volta.

Era engraçado e difícil de entender. Hoje ela contava os dias e as horas para o dia da viagem de volta. Quando antes, nas primeiras férias voltando àquela cidade, chorava no dia de ir embora, chorava por ter que deixar, mais uma vez, o lugar que vivera seus primeiros dezesseis anos. A cada "volta logo!" se derramava em lágrimas. Hoje não. Hoje fica ansiosa ao pensar em dormir na sua cama, com suas coisas. Por vezes até se sente mal, afinal, possue tantas pessoas queridas alí, por que haveria tanto de querer ir embora? Com o passar dos anos, morando em uma cidade diferente, passou a entender que o conceito de "lar" não se restringia à ideia fechada que ela tinha antes. A capital não tinha praia, calor e nem as pessoas que tanto amava da sua cidade natal; mas tinha um clima diferente ao qual ela se acostumaria e passaria a gostar, tinha pessoas que a acolheriam, tinha amigos que ela faria (e fez). Mas, principalmente, era o lugar para onde o destino a tinha levado, ao qual havia se adaptado e traçado seus objetivos. Era o lugar que estava agora e que sentia ser seu. Mas e a casa da sua mãe? Não deveria também ser sua? Sim, e o era. Mas não completamente. Sabia que estaria aberta sempre que quisesse. Mas como para alguém que cresce e vai para o mundo, o endereço não seria mais que parte de um roteiro de visitas. Ficaria sim à vontade, mas agora por um curto período de tempo. O tempo necessário para voltar à vida que vivera nos últimos anos.