E aquele pensamento tomou conta da noite. Era tão forte e
tão incontrolável que lhe arrepiavam os pelos da nuca a cada cinco segundos. O
travesseiro, se falasse, teria dito “acalma-te, mulher!”. Mas não disse. Para
tristeza dele, travesseiros não falam. Sua função primordial na cama de uma
mulher é essa: ocupar o lugar de quem de fato deveria estar lá, mas não está. E
continuou, abraçou, apertou. O coitado. Cada suspiro de lembrança da moça lhe
custavam uma pena de ganso a menos para contar a história.
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