sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Travesseiro


E aquele pensamento tomou conta da noite. Era tão forte e tão incontrolável que lhe arrepiavam os pelos da nuca a cada cinco segundos. O travesseiro, se falasse, teria dito “acalma-te, mulher!”. Mas não disse. Para tristeza dele, travesseiros não falam. Sua função primordial na cama de uma mulher é essa: ocupar o lugar de quem de fato deveria estar lá, mas não está. E continuou, abraçou, apertou. O coitado. Cada suspiro de lembrança da moça lhe custavam uma pena de ganso a menos para contar a história.


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