sábado, 2 de abril de 2011

Perdão

     Que me perdoem os desenhos esquecidos de canto, os versos pela metade. Que me perdoem os amigos pelo ouvir distraído. Os ex-namorados e até mesmo os futuros. As mensagens não respondidas e recados ignorados. Que me perdoem a irmã, a mãe, o pai e a vó. Perdoem as chamadas não retornadas e a toalha jogada na cama. O aniversário que passou e a visita que não fiz.  O conselho que não dei e o presente que esqueci.
     Tudo e todos que me perdoem, mas esse tempo era meu. Precisei me fechar e esquecer o tudo por um enquanto para que não virasse um para sempre. Para que eu fosse o centro, o egoísmo e a individualidade pura por um dia, uma semana ou um mês, se fosse o caso. Olhar para dentro e limpar os vidros pra que a vista da janela ficasse mais clara e fizesse mais sentido. Perceber que, às vezes, olhar pra trás é fundamental na hora de traçar um caminho adiante.
    Perdão.

2 comentários:

  1. Está perdoada! Rsrs.
    Brincadeira, na verdade, achei tão sensatas tuas palavras, uma forma de estar aberta para vida, mesmo sabendo das pedras do caminho.
    Abç

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  2. Impecável. Eu não saberia dizer melhor!

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